MG cria observatório para mapear violência contra mulheres
Delegacia da Mulher em Belo Horizonte TV Globo/ Reprodução A violência contra mulheres em Minas Gerais vai ganhar um novo instrumento de monitoramento. A par...
Delegacia da Mulher em Belo Horizonte TV Globo/ Reprodução A violência contra mulheres em Minas Gerais vai ganhar um novo instrumento de monitoramento. A partir de agora, todos os casos registrados no estado terão que conter dados mais completos das vítimas, como cor ou raça, idade, escolaridade, profissão e condição socioeconômica. A mudança integra a criação do Observatório Estadual da Mulher contra a Violência. A proposta foi apresentada pelo Legislativo e aprovada pelo governador Romeu Zema (Novo). A lei foi publicada nesta terça-feira (2), no Diário Oficial do Estado. A medida tenta enfrentar um problema antigo: a falta de informações consolidadas sobre quem são as mulheres que mais sofrem violência e em quais contextos isso acontece. Atualmente, esses dados estão espalhados por delegacias, unidades de saúde, assistência social, Judiciário e outros serviços, dificultando a identificação de padrões e a construção de políticas eficazes. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Violências que agora passam a ser registradas de forma mais ampla A lei também amplia o próprio conceito de violência. Além das agressões físicas, passam a ser monitoradas outras formas que, muitas vezes, aparecem de forma silenciosa, como: violência psicológica; violência moral; patrimonial; institucional; política; importunação sexual; perseguição. Com isso, o estado passa a ter um retrato mais fiel das situações que antecedem ou acompanham episódios mais graves, como feminicídios. Mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica neste ano, em Minas O que o Observatório vai fazer? Na prática, o Observatório vai: reunir dados de diferentes órgãos; cruzar informações sobre os atendimentos; produzir relatórios periódicos; identificar tendências e perfis de risco; apoiar políticas de prevenção e enfrentamento da violência. Os dados reunidos serão divulgados a cada seis meses, permitindo que pesquisadores, profissionais da rede de proteção e a população acompanhem a evolução dos índices. Especialistas apontam que conhecer o perfil das vítimas é essencial para prevenir novos casos. Informações como faixa etária, escolaridade e raça ajudam a mostrar quais grupos estão mais vulneráveis e onde faltam políticas públicas.